Sou profundamente sportinguista. Vivo o meu clube com a intensidade de quem se fez sócio por si e muitas vezes fez quilómetros e quilómetros, com sacrifício pessoal, para ir a Alvalade apoiar o emblema verde e branco que tantas emoções desperta.
Sou, também, alguém que valoriza profundamente as modalidades, que colocam o nosso Sporting como um dos grandes europeus, quando se contam conquistas e títulos nacionais e internacionais.
No entanto, é inquestionável que o futebol é, de longe, o grande motor de um clube como o Sporting e é, tenho a certeza, aquela modalidade que mais paixões mobiliza. Neste sentido, não posso deixar de lamentar a péssima temporada a que assisti, mesmo a uma semana de terminar, mas já com quase tudo definido, menos o título, curiosamente: Um quarto lugar no campeonato e nenhum troféu conquistado. Aliás, na Taça da Liga e na Taça de Portugal fomos eliminados pelos nossos mais directos rivais e concorrentes.
Tudo isto tem graves repercussões financeiras, de gestão e, consequentemente, desportivas. Tudo foi mal gerido, este ano. Até a substituição precoce do treinador actual foi mal conduzida, como tive oportunidade de escrever aqui.
É preciso pensar muito bem a próxima época e a conjuntura actual. Porém, se nada ganhamos em tantos anos, a questão começa a ser estrutural.
A ideia de um Congresso Leonino agradou-me imenso, mas e os resultados desses trabalhos? Algo de prático e efectivo?
As eleições para a Liga são importantes, ainda para mais nesta altura, mas (mesmo não tendo acompanhado o processo) é viável apoiar um candidato que sempre esteve ligado à estrutura do FC Porto, ainda para mais numa aliança com o nosso eterno rival, o Benfica?
Onde está o plano de equilíbrio financeiro, que vem da época de Roquette? Que resultados teve? Como estão as nossas contas?
Como está a situação do sempre prometido pavilhão? Isto ainda se torna mais relevante quando são as equipas que dele precisam que mais alegrias nos trazem.
O que motiva tantas saídas e entradas na estrutura directiva? Desde há um ano para cá tantas substituições, porquê e para quê?
Esclareça-se: Apoiei José Eduardo Bettencourt. Via nele, como continuo a ver, um grande sportinguista e, acima de tudo, alguém de extremamente dedicado ao emblema que nos une. Por essa confiança que nele depositei e por saber que pode fazer muito, mas muito melhor, é que penso que as coisas ainda podem mudar, mas são precisos sinais de vontade para essa mudança. A família sportinguista sente isso. Esperemos que quem dirige os destinos do clube o sinta, também.