Vox Patriae

Março 12 2011

 

Festival do Azeite e do Fumeiro em Proença-a-Velha

Consegui passar o último fim-de-semana em Idanha e aproveitei para visitar o Festival, que decorreu nos dois dias, na Quinta da Nora, em Proença. Excelente iniciativa. Muito participada e cheia de focos de interesse. Desde as tasquinhas com produtos regionais ao artesanato, passando pela promoção das tradições e etnografia. Um certame que vem crescendo e se está a afirmar, de ano para ano. O espaço começa a ser, de facto, pequeno para os expositores e sobretudo para as pessoas que cada vez mais acorrem para esta iniciativa. Um bom exemplo. Um espaço a aproveitar pelas autarquias. Uma organização a manter.

 

Centro de Dia em Salvaterra do Extremo

Uma situação complicada que me chegou estar a ser solucionada, por força da eleição dos novos órgãos da Santa Casa da Misericórdia local. Nomes bem conhecidos fazem parte da nova estrutura. Esperemos que tudo corra pelo melhor. Pelo menos começamos com um bom sinal: a reactivação e reestruturação do Centro de Dia, que desenvolve uma importante actividade junto de muitos idosos.

 

Posto da GNR no Ladoeiro

O encerramento acabou por ficar suspenso. A sua extinção viria a juntar-se ao desaparecimento de escolas e postos de saúde que já começam a ser encerrados no concelho, ao abrigo das políticas de contenção nacionais que, nesta região, apenas intensificam o gravíssimo fenómeno da desertificação. Acompanhemos os próximos desenvolvimentos, na certeza de que já andam polémicas por aí.

publicado por André S. Machado às 03:01

Março 11 2011

Os últimos tempos têm demonstrado que o movimento associativo enfrenta, hoje, um conjunto de desafios de enorme envergadura. Entre tantos, desde as questões de avaliação e acreditação à empregabilidade, assume-se a Acção Social como a causa mor da contestação dos estudantes. E com toda a propriedade, face às perspectivas de saída do sistema de milhares de colegas, que podem abandonar o Ensino Superior, em última análise. A gravidade da situação exige, nestes termos, uma liderança com rumo em cada uma das nossas Escolas e, sobretudo, uma linha de acção a nível nacional. Neste, como em tantos outros aspectos da nossa vida académica nacional.

 

Neste sentido, a classe dirigente nacional, representativa de todos os estudantes do Ensino Superior precisa de reunir dois pressupostos fundamentais: primeiro, a confiança e mobilização geral das suas academias; segundo, com base no primeiro, a capacidade de contestação e a força política que resulta da união das Escolas na defesa da sua causa.

 

Todavia, esta tão importante união dos corpos estudantis é colocada em causa, recorrentemente, nos momentos eleitorais vividos em cada Associação Académica ou de Estudantes. É, aliás, natural e saudável que surjam várias visões para as academias. Resulta do confronto dos projectos, normalmente, um relevante panorama de conjunto que só se atinge com o entusiasmo, a motivação e a emoção de uma candidatura. As escolas também precisam disso. Porém, essa normal crispação e competitividade tem o seu lugar e não pode, de forma alguma, ter repercussões na acção política das associações e, através delas, na representatividade estudantil nacional. O movimento associativo, nas instituições e no panorama mais alargado, não pode, em circunstância alguma, estar refém de interesses ou agendas de determinados grupos.

 

Com efeito, é importante que aqueles que se propõem liderar os destinos das organizações representativas dos estudantes tenham consciência da relevância da união na defesa da causa académica. Há matérias, hoje mais que nunca, que exigem a mobilização de todos e não apenas de alguns. Existe tempo para o debate de ideias e da luta política, mas também existe o tempo de cerrar fileiras. Isto porque, no fim de contas, todos estamos do mesmo lado da barricada. As nossas lutas não são (ou não devem ser) entre a Lista A e a Lista B: estas são tomadas de posição. As nossas lutas são, isso sim, as do financiamento do Ensino Superior, do sistema de Acção Social, do acesso ao mercado de trabalho, da dignificação das instituições cujos estudantes muitos de nós representam, entre tantas outras.

 

Tudo isto para sublinhar que se os momentos eleitorais nas associações / federações são momentos fundamentais na vivência democrática das instituições, não é menos verdade que o dia seguinte deve ser sempre o da união. Os nossos colegas, mesmo que adversários em determinado momento, não deixam de ser os que nos propomos representar ou os que se nos propõem representar. O sentido de comunidade académica e a consciência institucional devem, sempre e em qualquer circunstância, imperar e sobrepor-se a todo e qualquer interesse sectário.

 

Os tempos que vivemos requerem do associativismo académico uma afirmação política forte na defesa intransigente dos interesses dos estudantes. Os desafios que a Academia enfrenta são graves e exigem os melhores protagonistas na representatividade estudantil. Mas esses protagonistas apenas alcançarão o sucesso que a todos aproveita com a sua base de apoio unida no mesmo espírito: de abnegação e desprendimento, de autêntica e desinteressada devoção à causa académica e, sobretudo, de efectiva e verdadeira união em torno daquilo que é fundamental.

 

Publicado em RGA - Expresso Online

publicado por André S. Machado às 17:07

Março 09 2011

 

... já escrevia a pena do Padre António Vieira.

 

A tomada de posse de um Presidente da República é um momento de especial solenidade. A cerimónia está programada ao minuto e há regras de protocolo fundamentais. Alguns dirão que é uma questão de forma, mas a forma e o simbolismo têm o seu valor, especialmente em política. Mesmo que as atitudes não representem qualquer mensagem política, não deixam de demonstrar o nível de consideração que os intervenientes sustentam entre si.

 

Hoje, lamentavelmente, assistimos a uma profunda falta de respeito e consideração pelo Presidente da República. Mário Soares, convidado, não se dignou cumprimentar o Presidente, numa omissão bem representativa de antigos rancores e ressentimentos. Os deputados do Bloco de Esquerda adoptaram a mesma postura, sendo o único grupo parlamentar ausente, numa demonstração clara do respeito que cultivam pelas instituições e pelas escolhas democráticas do povo. A estes juntaram-se muitos deputados do Partido Socialista, num gesto que apenas lhes fica mal, face ao discurso da "cooperação institucional" que tanto gostam de cultivar.

 

No meio de tudo isto, mais uma vez surge José Sócrates como protagonista. Começou por sorrir (apenas uma vez) durante o discurso, logo no momento em que Cavaco Silva se referiu à juventude. Revelador, não? Mas o mais flagrante foi o total desprezo pela sessão de cumprimentos, a que chegou atrasado por ter estado a falar aos jornalistas.

 

Tudo isto vale o que vale: pouco. Cavaco Silva tomou posse e fez um discurso memorável, centrado na realidade substantiva do país e assumindo, desde já, a magistratura activa com que se comprometeu. Com elevação. Com educação. Isso, de facto, é o mais importante.

 

Publicado em Psicolaranja

publicado por André S. Machado às 21:58

Março 08 2011

 

Enquanto toda a Europa trabalha, em Portugal o povo tudo esquece entre os tradicionais festejos do entrudo. Em tempos de crise e contenção, o país pára num dia normal transformado em feriado nacional, que nenhum governo arrisca privar aos portugueses.

 

Entretanto, e no meio da folia que tolhe o país, um coordenador da DREC é demitido por expressar a sua opinião sobre o processo de avaliação de professores; os juros da dívida pública atingem máximos históricos; os Homens da Luta ganham a presença no Festival Eurovisão da Canção; e o movimento "geração à rasca" continua a cruzada anti-política e alguns dos seus membros são expulsos ao pontapé de uma acção de campanha de Sócrates, entre sorrisos e humor infeliz do Primeiro-Ministro. Tudo isto ao som dos bombos e do samba do quente Brasil, em desfiles de gente meio nua pelas ruas das frias cidades portuguesas.

 

O mais grave, porém, é que vivemos num constante Carnaval, durante todo o ano. Todos os dias vemos, lemos e ouvimos mais do mesmo. A única diferença é que a banda sonora não é tão alegre como a que acompanha estes três dias. É caso para dizer que no Carnaval, por vezes, há que levar a mal...

 

Publicado em Psicolaranja

publicado por André S. Machado às 20:23

Um blog de André S. Machado
Março 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9
10

13
14
15
16
17
18
19

20
21
22
23
24
25
26

27
28
29
30
31


Ligações
Pesquisa
 
subscrever feeds
blogs SAPO