Vox Patriae

Abril 22 2011

 

Vede como vai prosperar o meu Servo: Subirá, elevar-se-á, será exaltado (Isaías)

 

Este ano a Páscoa é vivida num contexto difícil. As muitas dificuldades que se adivinham deixam-nos preocupados e receosos face ao futuro. Ao futuro de cada um de nós e ao nosso futuro colectivo, como comunidade.

Há que olhar para o dia de amanhã com confiança, com esperança e com vontade. Se nestes momentos é normal sentir alguma angústia, também há que recordar que é nestas alturas que nos superamos.

Que nesta Páscoa sejamos capazes de recarregar forças, baseados no exemplo máximo de sacrifício que são estes dias Santos. Assentes na Fé, na família, no trabalho ou nos amigos, seja o que for, o importante é termos presente que há sempre um amanhã e somos nós que o construímos.

 

Uma Páscoa Feliz para todos!

publicado por André S. Machado às 15:00

Abril 05 2011

A Universidade de Lisboa, minha casa, remonta a datas bem mais distantes que 1911, sendo antiga a discussão sobre a real data da sua fundação. Todavia, tem a data de 22 de Março de 1911 o decreto que cria a instituição que, hoje, celebra o seu centenário.

 

Escrevo estas linhas depois de assistir a uma bonita cerimónia comemorativa do centenário em que, além da evocação das três classes que formam a Academia (professores, estudantes e funcionários), se homenageou o Prof. Doutor Jorge Miranda, meu antigo professor da Faculdade de Direito, António Lobo Antunes com um doutoramento honoris causa, e se lembrou o contributo de figuras como o Prof. Doutor Orlando Ribeiro. Saí da Aula Magna confortado com as palavras do Reitor sobre a história da instituição e do contributo que o futuro lhe reserva, sensibilizado com a homenagem ao Prof. Jorge Miranda, mas sobretudo motivado pelo discurso do Tiago Gonçalves, presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL), e meu amigo de há muito.

 

Com efeito, é com imenso orgulho que, neste centenário, olho para os nomes que passaram pelas cátedras das Faculdades da Universidade de Lisboa e por tantos alunos que, de alguma forma, contribuíram para a construção da história do último século português. A iniciativa “100 Lições”, com ilustres antigos alunos, representa muito bem  a influência que a Universidade teve nos acontecimentos dos últimos cem anos, através daqueles que nela se formaram.

Por outro lado, a iniciativa “100 Locais” revela as muitas influências que a Universidade teve na cidade de Lisboa: Muitos dos espaços mais significativos a nível científico e cultural são produto da UL.

A isto se acrescenta a óbvia relevância do trabalho científico que ao longo dos anos foi produzido nas unidades que formam a UL.

 

Neste sentido, é quase lugar-comum afirmar que a Universidade de Lisboa foi o berço de movimentos científicos, culturais, políticos e sociais que moldaram de forma decisiva o Portugal de 2011. Todavia, hoje o paradigma que se impõe é uma nova abertura da Academia. Desta feita, uma mais estreita ligação á sociedade civil e ao mundo empresarial. Ainda nesta linha, durante cem anos formaram-se ilustres personalidades das mais variadas áreas do saber e da intervenção. Hoje, é tempo de chamar a casa aqueles que dela saíram há anos e valorizar o seu papel. Apenas assim, com este novo paradigma, da abertura das portas da Reitoria, conseguiremos assumir os importantes desafios das novas formas de financiamento e, especialmente, da internacionalização.

 

O peso da história é significativo e recai nos ombros de todos aqueles que leccionam, trabalham e estudam na Universidade de Lisboa. São cem anos que orgulham todos os que têm a honra de estar ligados a esta centenária instituição. Hoje, a UL enfrenta importantes desafios, entre os quais me permito destacar apenas a valorização da investigação, o processo de internacionalização, as novas formas de financiamento, o apoio social aos alunos, os novos institutos, a ligação à sociedade civil ou as condições de trabalho dos docentes. Neste contexto, o horizonte revela caminhos ainda por trilhar e a Academia parte para mais cem anos confortada com o que hoje alcança e com um passado de que se pode orgulhar. Que em Março de 2111, no segundo centenário, a UL possa dizer que os desafios de há cem anos são apenas miragens e que se afirmou, finalmente, como a grande instituição que o país e a Europa esperam e precisam.

 

Publicado em RGA - Expresso Online

publicado por André S. Machado às 22:16

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